Apocalipse cap.17

Apocalipse cap.17

Apocalipse 17

divide-se em duas partes.

 Primeira: a visão simbólica de João, nos versos 3 a 6. Segunda: a explicação da visão, nos versos 8 a 18.

 A visão trata principalmente do julgamento da mulher impura que é vista sentada numa besta. A explicação consiste de dez versículos sobre a besta e de apenas um versículo sobre a mulher.

A visão é muito importante para nossa compreensão da confederação do mal que existirá no fim do tempo. O livramento final do povo de Deus resultará de sua fidelidade, a despeito das forças que se levantarão contra eles.

Apocalipse 17 e 18 provêem informações adicionais sobre as sete últimas pragas do capítulo 16. (já estudamos) Três dessas pragas são dirigidas especificamente contra Babilônia mística. A quinta praga incide sobre ‘o trono da besta’ (apoc. 16:12; comparar com 17:15). A sétima praga divide ‘a grande cidade de Babilônia em três partes (Apoc. 16:19; comparar com 17:18), enquanto pedras de granizo pulverizam as cidades das nações.”- 

O principal assunto do capítulo é, portanto, o juízo de Deus contra a apostasia. É proferida a sentença contra todo procedimento que se opõe à vontade de Deus.”

Ao ler este  capítulo de Apocalipse 17 deve ser lido para ter conhecimento o  Ezequiel 16 p

17:1 – Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas,

Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo: A queda da grande meretriz já foi anunciada em 14:8, e ela recebeu o cálice da ira de Deus quando a sétima taça foi derramada (16:19). Agora um dos anjos que derramaram as taças mostra mais detalhes para João.

Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas:

 “No capítulo 17, é declarado que a mulher: ‘se acha sentada sobre muitas águas’. O verso 15 explica que as águas representam as massas humanas nas nações da Terra. (E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas).

Um dos sete anjos – “A identificação deste anjo com um dos anjos portadores das pragas denota que a informação que seria transmitida a João estava relacionada com as sete últimas pragas. Esta relação é confirmada pelo fato de que o anunciado assunto desse capítulo – ‘o julgamento da grande meretriz’- ocorre sob a sétima praga.”

“O juízo contra a meretriz é mencionado em Apocalipse 17:1 e 16.

O juízo contra a besta é o assunto dos versos 10, 12 e 14. .

 

17:2 – com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra.

Com quem se prostituíram os reis da terra: A prostituição entre nações é uma figura que sugere alianças. Aqui  indica que os reis colocam sua autoridade e recursos à disposição dessa mulher.

Com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra:.

Como já observamos em outras citações, “os que habitam na terra” são os ímpios

17:3 – Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.

que o verso 3 afirma estar sentada numa ‘besta escarlate’ – Satanás e seus representantes terrestres. O quadro de seu poder mundial e da fonte do qual ele provém nos deixa perplexos, como aconteceu com o apóstolo João (verso 6).” – 

Transportou-me o anjo, em espírito: 600 anos antes desta visão de João, o profeta Ezequiel foi levantado pelo Espírito e levado a ver as condições da cidade de Jerusalém para ajudá-lo a entender e comunicar os motivos do castigo de Judá (Ezequiel 3:12,13; 8:14,16; 11:1,24). Aqui, João é levado à Babilônia para ver os planos de Deus de castigar a cidade mundana.

A um deserto: João já viu uma mulher levada ao deserto para ser protegida (12:6,14). Desta vez, é uma mulher totalmente diferente no deserto. Ela está sendo protegida, temporariamente, pela besta. Esta mulher é a grande meretriz.

O ‘deserto’ de Apocalipse 17:3 representa tempos e condições muito difíceis para o povo de Deus

Besta escarlate – a besta representa os poderes políticos, e a mulher, o poder religioso.” – ..

Sete cabeças – “’As sete cabeças são sete montes (reinos), sobre os quais a mulher está assentada (Apocalipse 17:9).

O termo “monte” simbolicamente significa “reino” (ver Daniel 2:35).

 As sete cabeças podem também significar “reis”, que seriam os governantes desses reinos (Apocalipse 17:10). As sete cabeças ou os sete reinos que influenciaram de uma forma ou outra o Império Romano, através suas ideologias, normas legais, sistemas estruturais, etc. foram: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma. Quando o apóstolo João recebeu esta visão, os cinco primeiros reinos haviam caído (Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia); o sexto reino existia (Império Romano); o sétimo reino ainda não tinha vindo, mas que duraria pouco tempo.

 

17:4 – Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição.

Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas: Já sabemos que ela é uma meretriz (17:1), mas ela se veste como se fosse uma mulher rica, de nobreza ou realeza.

meretriz – “Assim como em Apocalipse 12 uma mulher pura é símbolo adequado da igreja fiel, aqui aparece uma meretriz como símbolo de uma igreja que se prostituiu; que teve uma queda doutrinária. A Bíblia de Jerusalém comenta que a prostituição é o símbolo da idolatria. Um antecedente bíblico ajuda a entender este ponto de vista, encontramo-lo em Ezequiel 16:15: ‘confiaste na tua formosura, e te entregaste à lascívia, graças à tua fama; e te ofereceste a todo o que passava para seres dele’. Outro exemplo: ‘com seus ídolos adulteraram… ainda isto me fizeram… profanaram os meus sábados’ (Ezequiel 23:37, 38).”

Tendo na mão um cálice de ouro-  “O cálice é belo, mas está cheio A idéia é a de que ele de falsas doutrinas e enganos. representa o irresistível fascínio das falsidades que a mulher apresenta ao mundo. Sua habilidade para seduzir e sua impureza moral são representadas pelas vestes de púrpura e de escarlata que ela está usando. A mulher adotou as cores da realeza, mas na realidade é uma meretriz. Que contraste com a noiva do Cordeiro descrita em Apocalipse 19:7 e 8!”  

17:5 – Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra.:

A grande Babilônia”: Nome da mulher corrupta– “No livro do Apocalipse, ‘Babilônia, a grande’, designa, de modo especial, as religiões apostatadas unidas no fim do tempo… . Babilônia é chamada de ‘grande’ em vista do fato de que esse capítulo trata principalmente do grande esforço de Satanás para obter a adesão da raça humana por meio da religião.” – 

Apocalipse 17 não se aplica apenas ao período medieval. Babilônia tem filhas. Ela é a ‘mãe das prostituições e abominações que se cometem na Terra’ (Apoc. 17:5). As filhas da igreja medieval estabelecida são as igrejas modernas que se identificam com aspectos de seus ensinos.

17:6 – Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto.

Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus: Ela deu aos outros a beber, mas ela também ficou embriagada.    Sangue dos santos e mártires de Jesus – “Clamores e cânticos dos mártires. Leia Apocalipse 6:9-11 e 20:4. Os clamores das almas debaixo do altar nunca se extinguiram. Mas a recompensa dos mártires para Deus está além de nossa imaginação. Eles sentar-se-ão em tronos com Cristo.” aqueles que não amaram a própria vida quando encararam a morte (12:11), e que se mostraram fiéis até à morte (2:10). A grande meretriz cairia por causa da perseguição aos discípulos de Jesus.

E, quando a vi, admirei-me com grande espanto: Que cena horrível e assustadora! A mulher embriagada com sangue –

17:7 – O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher:

O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste?: O anjo viu a reação de João, e imediatamente começa a responder à preocupação do profeta.

Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher: O entendimento do significado desta visão, implicitamente, aliviará o espanto de João. O anjo promete uma explicação sobre a meretriz e sobre a besta. Esta explicação se segue nos próximos versículos.

17:8 – a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá.

Satanás como a besta – “O símbolo de uma besta com sete cabeças e dez chifres é empregado três vezes no Apocalipse:

“Em Apocalipse 17, a besta de sete cabeças é mais semelhante ao dragão de sete cabeças em Apocalipse 12. Os dois são vermelhos. Em sua aplicação primária, o dragão vermelho é identificado com Satanás (Apoc. 12:9)..

Pode-se dizer que Satanás ‘era, e não é, mas aparecerá’

“a) Ele existia, batalhando contra Deus por meio de diversas instrumentalidades simbolizadas pelas sete cabeças. Esse período pode ser considerado como o tempo em que ele ‘era’.

“b) Por ocasião da Segunda Vinda de Cristo, Satanás será lançado no ‘abismo’ por mil anos (Apoc. 20:3). Esse período de inatividade pode ser descrito pela frase ‘não é’.

“c) Satanás será solto no fim do milênio e sairá do ‘abismo’ (Apoc. 17:8) para ‘seduzir as nações que há nos quatro cantos da Terra’ (Apoc. 20:8). Neste sentido, ele ainda ‘aparecerá’.

“d) Quando Satanás conduzir os ímpios ressuscitados contra a Nova Jerusalém, ocorrerá a fase executiva do juízo final (Apoc. 20:11-15). Como resultado, o dragão vermelho irá ‘para a destruição’. Será destruído no lago de fogo, junto com a besta semelhante a leopardo e o falso profeta (Apoc. 20:10).

“Um paralelo que parece confirmar esta interpretação de que Satanás é a besta de sete cabeças de Apocalipse 17 pode ser extraído de comparações ou imitações no Apocalipse. (Ver Apoc. 1:18.) Na realidade, Jesus estava dizendo a João: 1) Eu era. (Ele viveu antes do Calvário.) 2) Eu não era. (Sua morte no Calvário.) 3) Eu estou vivo. (Sua ressurreição e vida posterior a ela.) Afigura-se que Satanás (sob o símbolo do dragão) e´, em certo sentido, retratado imitando a experiência de Cristo.” – .

 

E caminha para a destruição: O poder imperial, a besta, caminha para a destruição. A palavra traduzida destruição aparece no Apocalipse somente aqui e no versículo 11, embora seja comum em outros livros do Novo Testamento (veja Mateus 7:13; João 17:12; Atos 8:20; Romanos 9:22; Filipenses 1:28; 3:19; 1 Timóteo 6:9; Hebreus 10:39; 2 Pedro 2:1-3; 3:7,16; etc.). Uma cabeça já foi golpeada, mas sobreviveu. Outra virá e será destruída. Antes de emergir do abismo, o seu destino já foi selado!

E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá: Novamente, encontramos “aqueles que habitam sobre a terra”. São os ímpios, os adoradores da besta. Estes se admirarão que a besta voltou. Os que habitam no céu, aqueles cujos nomes estão no Livro da Vida, não se admiram, pois sabem que Deus está controlando tudo e que o poder da besta não durará. Para mais informações sobre o Livro da Vida, veja os comentários sobre 3:5 e 13:8. Desde a fundação do mundo, Deus preparou seu plano para a salvação dos fiéis. Ele planejou a vinda de Jesus, sua vida, morte e ressurreição. Preparou a revelação do evangelho. Estabeleceu os termos de admissão ao seu reino. Ao longo da história, ele veio anunciando, aos poucos, este plano, até chegar à revelação de Jesus e do evangelho no Novo Testamento. Agora, aqueles que decidem servir a Jesus têm seus nomes escritos no Livro da Vida.

17:9 – Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,

Aqui está o sentido, que tem sabedoria: O anjo já prometeu explicar o significado da visão, e agora chama a atenção de João aos pontos principais.

As sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada: A meretriz está sentada sobre sete montes. Várias cidades foram conhecidas, ao longo da história, como cidades de sete montanhas ou colinas. As pessoas que aplicam as profecias sobre a grande meretriz à cidade de Jerusalém oferecem algumas citações de Jerusalém como uma cidade de sete montes.

17:10 –  dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.

Dos quais caíram cinco: Os primeiros cinco imperadores romanos já caíram. Este fato nos ajuda a determinar uma data do livro depois do suicídio de Nero, que aconteceu em 68 d.C..

 17:11 A besta que era e já não é, é também o oitavo rei, e é dos sete, e vai-se para a perdição.

É ela própria o oitavo – “Esta é a besta em seu estado restaurado, no período do ‘mas aparecerá’, depois de emergir do ‘abismo’ .

17:12 Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam o reino, mas receberão autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta.

Dez chifres – “Dez chifres unidos contra Deus. 

17:13 Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.

Entregarão o seu poder e autoridade à besta – “As evidências indicam que eles representam nações modernas que dão apoio político às exigências religiosas de ‘Babilônia’ (verso 13). O verso 16 denota que por fim as nações representadas pelos dez chifres voltar-se-ão contra a meretriz por reconhecerem que ela os enganou..

17:14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis.

O Cordeiro os vencerá – “No Apocalipse, os remanescentes estão tão ligados com Seu Salvador, que o ataque a eles durante o tempo da angústia é contado como um ataque contra o próprio Cristo (Apoc. 17:14). É Ele quem enfrenta o inimigo e o derrota por nós (Apoc. 19:11-21.)” – 

17:15 Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas.

17:16 E os dez chifres que viste, e a besta, estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.

A tornarão desolada e nua – “A sexta praga constitui um juízo sobre a Grande Babilônia. De algum modo ela perderá o apoio de seus súditos. Apoc. 17:16 indica que os antigos súditos de Babilônia se levantarão contra os seus líderes espirituais, a fim de destruir o sistema ao qual mostravam deferência.” – LES893, p. 132.

“Como Apoc. 17:1 e 12-17 explica o simbolismo da sexta praga (Apoc. 16:12)?

O secamento do Eufrates. Parece que as ‘sete cabeças’ da besta representam sete poderes sucessivos pelos quais Satanás atuou e continua atuando para frustrar o programa de Deus na terra. Os ‘dez chifres’ dizem respeito a poderes políticos representados pelos cornos que Daniel viu na cabeça do quarto animal (Dan. 7). Na visão que estamos considerando, seria melhor encarar os dez chifres como símbolos de poderes políticos que são contemporâneos do papado e lhe dão apoio.

“Foi previsto que no fim do tempo esses poderes políticos se unirão à apostasia religiosa denominada ‘Grande Babilônia’, a fim de ‘pelejar conta o Cordeiro’ (Apoc. 17:14). Afigura-se que isto constitui uma referência ao conflito final sobre a lei de Deus (o selo de Deus em oposição ao sinal da besta) descrito em Apoc. 13:14-17.

“Acontecerá alguma coisa durante as pragas que fará com que os ‘povos, multidões, nações e línguas’ (Apoc. 17:15) rejeitem a confederação religiosa que os enganou, desviando-os de Deus e da vida eterna. Evidentemente, as forças políticas que antes mantinham uma união ilícita com Babilônia, voltam-se contra ela e procuram destruí-la.– 

 “As espadas que deveriam matar o povo de Deus, são agora empregadas para exterminar os seus inimigos. Por toda parte há contenda e morticínio.” – 17:17 Porque Deus lhes pôs nos corações o executarem o intento dele, chegarem a um acordo, e entregarem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.

17:18 E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.